
A nossa pele é constituída por 80 por cento de água que, com o passar dos anos, vai oxidando os tecidos e, consequentemente, provoca o envelhecimento cutâneo.
Mas não só: também os radicais livres, estimulados por factores como o tabagismo, o stress ou a exposição solar, actuam negativamente na pele, acelerando o seu processo de envelhecimento.
Felizmente a ciência já descobriu substâncias rejuvenescedoras (os antioxidantes) que protegem a tez deste tipo de agressões. Uma verdadeira família composta por vitaminas, minerais ou enzimas, de aplicação tópica ou tomados por via oral.
O indicado é usá-los antes de serem necessários, ou seja de forma preventiva, sob o aconselhamento de um médico especialista. Conheça agora algumas dessas substâncias de que se poderá vir a tornar uma boa amiga:
DMAE (Dimetilaminoetanol)
É um produto sintético, mas que se encontra naturalmente em peixes de água fria como o arenque, o salmão e alguns vegetais. Fernando Guerra, dermatologista, revela que «nos produtos cosméticos é importante pois faz a síntese da acetilcolina (produzida pela nossa pele), aumenta a sua concentração na junção neuromuscular e dá à pele uma aparência mais firme.
Tem um grande poder de antioxidação porque se espalha na membrana da célula, evitando que esta seja atacada».
Ácido alfalipóico
É um dos mais importantes antioxidantes, sendo um composto natural presente no interior de todas as células, que age também no seu exterior, «formando uma massa reparadora que permite unir diferentes fissuras, ataca as zonas inflamadas e estimula o sistema imunitário», explica o dermatologista.
Se existir em quantidades mais elevadas, exerce uma protecção adicional contra os radicais livres e potencia a acção de outros antioxidantes, (como a vitamina C e E) nessa luta», refere ainda.
Ubiquinona Q10 (coenzima Q10)
É uma substância que está presente numa estrutura interna (mitocôndria) das células. Fernando Guerra salienta que «sem a coenzima Q10, as células não conseguem produzir a energia necessária, para todas as funções que desempenhamos, o que pode conduzir a graves doenças».
Tem de ser fornecida ao organismo externamente, sendo que está também presente em carne de aves, vaca e porco, ovos e peixes gordos, como a sardinha e a cavala.
Alfa e beta hidroxiácidos
«Têm grandes capacidades de alisamento das camadas superficiais da pele, redução das manchas pigmentadas e no aumento da produção de colagénio», refere Fernando Guerra.
«Há poucos anos foram descobertas capacidades de redução da vermelhidão da pele após a exposição às radiações ultravioletas, tendo sido definidas as suas funções anti-inflamatórias e antioxidantes», acrescenta. O alfa hidroxiácido mais usado é o ácido glicólico, que deriva da cana de açúcar, e beta hidroxiácido só existe um, o ácido salicílico.
Selénio
É um pequeno elemento essencial à actividade da glutationa-peroxidase, uma enzima que integra a «equipa» de antioxidantes. O especialista refere que «estimula o crescimento das células que sintetizam o colagénio e os fibroblastos, que têm uma actividade fundamental no envelhecimento precoce».
«O selénio fortalece também a função das mitocôndrias, as chamadas centrais de energia que existem no interior das células e permitem uma melhor regeneração dos músculos», refere ainda.
L-Carnitina
É um aminoácido (estrutura base das proteínas) que interfere no processo metabólico. «Contribui para o combate ao envelhecimento cutâneo uma vez que apresenta propriedades esfoliantes, o que vai acelerar a renovação da epiderme e diminuir o tempo de renovação das células aí existentes».
Com o envelhecimento, a pele aumenta o tempo de renovação celular, passando de 20 dias nos jovens para cerca de 30 dias nos adultos.
Betacaroteno
É um antioxidante que está relacionado com a exposição solar. Segundo Fernando Guerra, «protege a pele do sol e promove um bronzeamento cuidado e mais profundo. É utilizado tanto em bronzeadores como fotoprotectores».
Vitamina C
Para além das propriedades antioxidantes, é um estimulante natural do sistema imunitário e torna-nos menos vulneráveis a doenças e infecções. Actua na formação de colagénio (substância que liga as várias estruturas da pele e a faz trabalhar como um todo).
É uma substância de difícil absorção pela pele e com um efeito ácido, mas cuja eficácia é possível graças ao éster de vitamina C (junção de ácido gordo à vitamina), que tem as mesmas funções e é menos agressivo.
Tenha cuidado!
Respeite as indicações do médico relativamente à ingestão de antioxidantes. Em excesso, podem ter efeitos negativos, como a vitamina E que pode provocar queda de cabelo, ou a vitamina C que a partir de uma determinada quantidade não é absorvida pelo organismo.
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